Interessante o fato da necessidade de algumas pessoas em ter sempre alguém com quem se ocupar a cabeça, ter sempre algum forte inimigo ou então uma paixãozinha na cabeça para que a necessidade de pensar nela mesma seja substituída em pensar no outro. Essas pessoas não passam um dia se quer imaginando como vai ser sua vida e sim como vai agradar ou desagradar alguém. Ou então sempre pensando com quem vai se casar, ter filhos e amar. Tem uma constante dependência das paixões ou ódio.
Não sou muito indicado para falar do ódio, pois apesar de ser um tipo de pessoa que quando o tem o cultiva seguido de vingança, nos últimos tempos tenho dado mais atenção as paixões do que ao ódio, mesmo sendo esses dois sentimentos que considero tão próximos que as vezes chega a assustar o fato de você não saber se odeia ou é apaixonado por alguém. E sim. Estou me confessando como uma dessas pessoas que necessita de outra na mente para poder viver.
Tenho sempre a constante preocupação de estar gostando de alguém, pois confesso me sinto vazio quando isso não acontece, acho que chego a ser viciado em toda química liberada pelo corpo no estado de paixonite que preciso ficar de paixonite. Na verdade muita gente chama isso de carência como acho que uma certa pessoa que conheço pensaria ao ler isso aqui, ela diria, “Você é mesmo carente”, mas que seja.
Uma coisa que sempre acontece comigo é a arte de arquitetar outra paixonite ao sair de uma, acho na verdade que isso seja alguma enfermidade psicológica que preciso de cura, mas confesso, não agüento muito seções com terapeuta para voltar lá e tentar algum progresso para essa cura. Então o único modo que vejo nesse momento para isso, é o simples fato de aprender a conviver com tais sentimentos.
Por que não simplesmente deixar de gostar de alguém, na verdade não deixar de gostar, deixar de precisar da pessoa, pois gostar acho que sempre continua, e esperar para que outra ocupe o lugar com a maior tranqüilidade que outras pessoas o fazem? Ah como invejo os “amantes racionais”, isso mesmo, “amantes racionais”, aquelas pessoas que mesmo gostando de alguém conseguem levar tudo numa racionalidade impecável, sem sair por ai fazendo loucuras e se colocando em “risco” por outra pessoa.
Esses “amantes racionais”, conseguem esse fato de não necessitar de alguém para apaixonar, eles esperam acontecer, não tem essa carência insuportável que nós “amantes tresloucados” temos. Os “amantes tresloucados”, são aqueles que precisam sempre de gostar de alguém, pois não conseguem talvez conviver sozinhos, são os carentes, e devido a isso um tipo de ser que sofre muito.
Os tresloucados, têm uma dificuldade imensa em esquecer pessoas, e até mesmo de conhecer pessoas, mas uma facilidade estrema de apaixonar. Mas, diga-se de passagem, eles também tem uma facilidade imensa de abandonar pessoas. Afinal agem sem racionalidade e por impulso se der na sua cabeça larga tudo e não pensa em nada, mesmo que venha sofrer depois. Muita gente acha que não mas os tresloucados, tem as vezes mais facilidade até mesmo de fazer as outras pessoas sofrerem por causa dessa sua aptidão em esquecer e se apaixonar por outra num simples impulso.
Já os racionais, tem uma facilidade estrema em esquecer pessoas, e conhecer novas coisas, ampliar seus horizontes amorosos, sem se fechar num único “ambientezinho”. Mas com a dificuldade de romper coisas (Perdão letícia minha venerada e eterna mestre da escrita, sei que "coisa" é aquilo que sai do vaso e te ataca, mas não tive utra palavra para colocar aqui no momento), e deixar por espontaneidade algo, pois ele pensa em tudo primeiro, todas as ações e reações antes de tomar qualquer medida. Chego a pensar que eles no fim de relacionamentos têm menos chance normalmente de magoar alguém, mas em contraposto, por serem muito racionais, no decorrer do relacionamento tem uma grande chance de magoar a outra pessoa.
Difícil conciliar esses dois, racionais e tresloucados, suas idéias não batem. Impossível deixar de ser um e virar outro, então o que deve ser feito é aprender a lidar com esse seu tipo de inquilino e viver bem com ele...
1 comentário:
Nossa Sávio. Que profundo.hehe
Na verdade, acho que, de racionais e tresloucados, todos temos um pouco. O que varia é a intensidade com que esses sentimentos manifestam-se. O ideal seria 50% cada. Mas quem dera que pudéssemos aplicar meras fórmulas matemáticas em nossa vida. Iria facilitar muita coisa. Mas, ao mesmo tempo, a beleza da complexidade humana iria embora... E aí sim não teria graça, sabe.
=) Vou passar por aqui sempre, agora.
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